segunda-feira, 14 de abril de 2014

Deficiência Visual


Deficiência Visual

Deficiência Visual 

Visão
A visão é um dos sentidos que nos ajuda a compreender o mundo à nossa volta, ao mesmo tempo em que nos dá significado para os objetos, conceitos e ideias.
A comunicação por meio 
de imagens e elementos visuais relacionados é denominada "comunicação visual". Os humanos empregam-na desde o amanhecer dos tempos. Na realidade, ela é predadora de todas as linguagens escritas. 


Deficiência Visual
Deficiência visual é a perda ou redução da capacidade visual em ambos os olhos, 
com carácter definitivo, não sendo susceptível de ser melhorada ou corrigida com o uso de lentes e/ou tratamento clínico ou cirúrgico.
De entre os deficientes visuais, podemos ainda distinguir os portadores de cegueira e os de visão subnormal. 


Causas da Deficiência Visual
• Congênitas: amaros congênita de Leber, malformações oculares, glaucoma congênito, 
catarata congênita.
• Adquiridas: traumas oculares, catarata, degeneração senil de mácula, glaucoma, alterações relacionadas à 
hipertensão arterial ou diabetes.


Como identificar?
• Desvio de um dos olhos;
• Não seguimento visual de objetos;
• Não reconhecimento visual de pessoas ou objetos;
• Baixo aproveitamento escolar;
• Atraso de desenvolvimento. 


Sinais de alerta 
• Olhos vermelhos, inflamados ou lacrimejantes;
• Pálpebras inchadas ou com pus nas pestanas; 
• Esfregar os olhos com frequência;
• Fechar ou tapar um dos olhos sacode a cabeça ou estende-a 
para frente;
• Segura os objetos muito perto dos olhos;
• Inclina a cabeça para frente ou para trás, pisca ou semicerra os olhos para ver os objetos que estão longe ou perto;
• Quando deixa cair objetos pequenos, precisa de tatear para encontrá-los;
• Cansa-se facilmente ou distrai-se ao aplicar a vista muito tempo.



Consequências da Baixa Visão
Percepção Turva 
• Os contrastes são poucos perceptíveis;
• As distâncias são mal apreciadas; 
• Existe uma má percepção do relevo;
• As cores são atenuadas. 

Escota a Central e Visão Periférica
• Funciona apenas a retina periférica, que não é tão 
discriminativa, pelo que pode ser necessária a ampliação 
da letra para efeitos de leitura;
• É em geral impeditiva das atividades realizadas com proximidade dos restantes elementos, bem como da leitura;
• Apresenta 
acuidade visual baixa (cerca de 1/10).

Visão Tubular
• A retina central funciona, podendo a acuidade visual ser normal;
• A visão noturna é reduzida, pois depende funcionalmente da retina periférica;
• Podendo não limitar a leitura, é muito limitativa das atividades de autonomia. 


Patologias que conduzem à baixa visão
Atrofia do Nervo Óptico:
• Degenerescência das fibras do nervo óptico. Se for total, não há percepção luminosa.

Alta miopia:
• Baseia-se num defeito de refracção elevado (> a 6 dioptrias), que frequentemente é hereditário, associado a outros aspectos degenerativos. O risco do deslocamento da retina é elevado, nesse caso, devem ser tomadas precauções necessárias.

Cataratas Congênitas:
• Perda de transparência do cristalino, originando perturbações na diminuição da acuidade visual. A visão periférica também está normalmente afetada, daí existir uma grande dependência na funcionalidade e na autonomia. 

Degeneração macular:
• Situa-se, na zona central da retina, mácula, e constitui uma das causas mais frequentes de dependência visual ligada à idade. Outras patologias surgem em escalões etários mais jovens (ex.: queimadura da mácula – eclipse solar). A visão periférica não sofre alterações pelo que não há problemas na mobilidade. A visão central é afetada por escotomas que podem progredir. 

Glaucoma:
• É uma patologia do olho em que a pressão intraocular é elevada por produção excessiva ou deficiência na drenagem do humor aquoso. 
• O glaucoma agudo é mais raro, doloroso e normalmente implica intervenção cirúrgica no seu tratamento. 

Outras Retinopatias
• Degenerescência da retina que poder ser hereditária ou não. Envolve perda de visão e consequentes problemas na mobilidade, ficando a pessoa com visão tubular. 

Síndrome USHER
• Associa a retinopatia pigmentar à patologia auditiva, afetando simultaneamente a visão e a audição.

Doença de Stargardt 
• Consiste em diversos escotomas do centro para a periferia da retina, mantendo-se quase sempre um ilhéu central de visão. 


O aluno deficiente visual…
Características da Criança Deficiente Visual
- A criança deficiente visual é aquela que difere da média, a tal ponto que irá necessitar de professores especializados, adaptações curriculares e ou materiais adicionais de ensino, para ajudá-la a atingir um nível de desenvolvimento proporcional às suas capacidades;
•Os alunos com deficiência visual não constituem um grupo homogêneo;
• Os portadores de deficiência visual apresentam uma variação de perdas que se poderão manifestar em diferentes graus de acuidade visual;


Adaptações educacionais para os Deficientes Visuais 
• A educação da criança deficiente visual pode se processar por meio de programas diferentes, desenvolvidos em classes especiais ou na classe comum, recebendo apoio do professor especializado;
• As crianças necessitam de uma boa educação geral, somada a um tipo de educação compatível com seus requisitos especiais, fazendo ou não, uso de materiais ou equipamentos de apoio. 
• A educação do deficiente visual necessita de professores especializados nesta área, métodos e técnicas específicas de trabalho, instalações e equipamentos especiais, bem como algumas adaptações ou adições curriculares;
• A tendência atual da educação especial é manter na escola comum o maior número possível de crianças com necessidades educativas especiais;
• Cabe à sociedade a responsabilidade de prover os auxílios necessários para que a criança se capacite e possa integrar-se no grupo social.


Princípios da Educação do Deficiente Visual
• Individualização
• Concretização
• Ensino Unificado
• Estímulo Adicional
• Auto-Atividade


Estimulação dos sentidos:
• Estimulação visual 
• Estimulação do tacto
• Estimulação auditiva
• Estimulação do olfato e do paladar


Estimulação visual
• Motivar a criança a alcançar, tocar, manipular e reconhecer o objeto;
• Ensinar a “olhar” para o rosto de quem fala;
• Ajustar uma área onde a criança possa brincar em segurança e onde os objetos estejam ao alcance dos seus braços; 
• O educador pode usar fita-cola de diferentes cores para contrastarem com os objetos da criança, de modo a torná-los mais visíveis.


Estimulação do tacto
• Descriminar diferentes texturas;
• Experimentar materiais com formas e feitios com contornos nítidos e cores vivas;
• Distinguir a temperatura dos líquidos e sólidos;
• Mostrar como pode manipular o objeto.


Estimulação auditiva 
• Ouvir barulhos ambientais, gravadores, rádios…; 
• Identificar sons simples;
• Distinguir timbres e volumes dos sons; 
• Discriminar a diferença entre duas frases quase iguais;
• Desenvolver a memória auditiva seletiva.


Estimulação do olfato e do paladar 
• Provar e cheirar diferentes comidas (salgadas, doces e amargas);
• Cheirar vinagre, perfumes, detergentes, sabonetes e outros líquidos com cheiros fortes.


Programa pré-escolar
Quando em idade pré-escolar, a criança deficiente visual necessita que se dê importância à “rapidez,” para que atinja o mesmo nível que os colegas normo-visuais. 
Para tal é particularmente importante que ela desenvolva:
• capacidades motoras;
• capacidades da linguagem;
• capacidades discriminativas e perceptivas.


Entrada para a escola
À entrada para a escola a Criança D.V. deve:
• Compreender o seu corpo;
• Ter a lateralidade desenvolvida;
• Estar desenvolvido no Tacto;
• Estar desenvolvido auditivamente


Reabilitação
A Reabilitação é essencial no processo de inserção na sociedade, dado que a redução ou a privação da capacidade de ver traz consequências para a vida do indivíduo, tanto no nível pessoal como no funcional, colocando-o, na maioria das vezes, à margem do processo social, segurança psicológica e nas habilidades básicas;


Sala de recursos
• Estas salas podem estabelecer uma alternativa de qualidade se tivermos em conta determinadas características, tais como:
• necessidade de um apoio individualizado;
• necessidade de um currículo com objetivos funcionais;
• ambientes estruturados e seguros;
• equipamentos e materiais específicos;
• problemas de saúde graves;
• necessidade de gestão de tempos específicos.


Currículo escolar e a deficiência visual
• Os programas educativos direcionados para os deficientes visuais devem ir ao encontro das mesmas áreas e atividades que se encontram nos programas regulares (sendo feitas adaptações consoante às necessidades e dificuldades dos alunos).


O reforço pedagógico e a coordenação Técnica - Docente
• Ajuste do tempo ao seu ritmo de trabalho;
• Planificação de Atividades;
• Adaptação do Processo de Avaliação.


Orientação e movimentação da Criança com D.V. no espaço
• Processo prolongado e sequenciado que deve começar o mais cedo possível.
- As técnicas mais utilizadas são:
• Guia normo-visual;
• Uso da bengala;
• Cão Guia;
• Etc.


A aprendizagem da criança com deficiência visual 
• A capacidade de aprendizagem de uma criança não está diretamente relacionada com o seu grau de visão;
• Depende do momento em que a criança perdeu a visão.


Adaptação do Espaço
• Serão necessárias adaptações no espaço se a dificuldade de visão for acrescida de outras;
- Conhecer o ambiente escolar;
- Na sala de aula é necessário:
• Comunicação Oral;
• Condições de iluminação;
• Organização do espaço e dos materiais;
• Estratégias e recursos.


Avaliação Clínica 
- A Equipa deve ser constituída por:
• Professor do Ensino regular;
• Serviços Especializados de A.E.;
• Oftalmologista;
• Ortopedista;
• Técnico de Reabilitação;
• Psicólogo;
• Técnico de Serviço Social;


Avaliação funcional
• Consiste em avaliar os aspectos funcionais da visão e as suas implicações educacionais;
• Ocorre em contextos naturais e implica recolha de elementos relativos à forma como a pessoa utiliza a sua visão em ambientes com condições diferentes;


Avaliação 
• A avaliação deve ter em conta: 
– Idade do início das dificuldades visuais;
– Modo de progressão da perda de visão- lento ou abrupto;
– Causa dessas dificuldades – sistêmica (ex. diabetes), ou confinada ao olho;
– Se a patologia é hereditária, congênita, ou adquirida (antes dos 5 anos ou após este período);
– Se o prognóstico é estacionário ou evolutivo.

• A avaliação para ser eficaz deve:
– Utilizar formas de comunicação que a criança/jovem compreenda;
– Incluir objetos e materiais familiares interessantes;
– Apresentar esses materiais e objetos de forma contextualizada, baseada numa aprendizagem significativa e estruturada;
– Organizar e provocar situações de aprendizagem estruturada mediante a utilização de objetos e materiais, apresentados em contextos naturais. 

Deficiência Auditiva


Deficiência Auditiva

Deficiência auditiva é o nome usado para indicar perda de audição ou diminuição na capacidade de escutar os sons. Qualquer problema que ocorra em alguma das partes do ouvido pode levar a uma deficiência na audição.
A deficiência auditiva consiste na perda da percepção normal dos sons. Verifica-se a existência de vários tipos de pessoas com surdez, de acordo com os diferentes graus de perda da audição.
São inúmeras as formas de identificação de uma criança com deficiência auditiva, cada uma delas de acordo com a idade de cada indivíduo.
Para que aconteça uma boa inclusão escolar do educando é necessário que haja uma cumplicidade entre professor e aluno. É também preciso que o professor esteja em constante atualização, reconhecendo as necessidades de desenvolver métodos de conversação com o aluno, de acordo com seu grau de entendimento, seja ele visual ou auditivo.
Porém, apesar das muitas tentativas do professor, na maioria das vezes o aluno com deficiência auditiva necessita de atendimento em salas de recursos em turno inverso ao da aula. Nessas salas o educando irá desenvolver suas habilidades com auxílio de profissionais da saúde e professores especializados, pois em alguns casos um só professor pode "não dar conta" das necessidades do seu aluno.
Ao receber um aluno com necessidades especiais, o professor provavelmente se sentirá inseguro e com muitas dúvidas. O recomendável para que essas interrogações desapareçam, que se procure informações sobre a criança em seu ambiente familiar, com outros setores da escola e até mesmo com a simples observação de comportamentos do aluno.
Os colegas de turma também sentirão diferença ao conviver com essa criança, por isso é muito importante que haja uma prévia preparação desses alunos. Fazer brincadeiras em que toda a turma fique sem ouvir é interessante, pois assim perceberão quão delicada é a situação do novo colega.
Para servir de auxílio à deficiência auditiva, foi criada a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS), que se constitui em uma junção de gestos para expressar certa ideia.
LIBRAS
A Língua Brasileira de Sinais foi desenvolvida a partir da língua de sinais francesa. As línguas de sinais não são universais, cada país possui a sua.
A LIBRAS possui estrutura gramatical própria. Os sinais são formados por meio da combinação de formas e de movimentos das mãos e de pontos de referência no corpo ou no espaço. 
Segundo a legislação vigente, Libras constitui um sistema linguístico de transmissão de ideias e fatos, oriundos de comunidades de pessoas com deficiência auditiva do Brasil, na qual há uma forma de comunicação e expressão, de natureza visual-motora, com estrutura gramatical própria.
O Decreto 5.626 de 22 de dezembro de 2005, que regulamentou a Lei 10.436/02, definiu formas institucionais para o uso e a difusão da Língua Brasileira de Sinais e da Língua Portuguesa, visando o acesso das pessoas surdas à educação. O decreto trata ainda da inclusão da Libras como disciplina curricular nos cursos de formação de professores e nos cursos de Fonoaudiologia, da formação do professor de Libras e do instrutor de Libras, da formação do tradutor e intérprete de Libras / Língua Portuguesa, da garantia do direito à educação e saúde das pessoas surdas ou com deficiência auditiva e do papel do poder público e das empresas no apoio ao uso e difusão da Libras.

A inclusão escolar do deficiente auditivo
A afeição, a emoção, o carinho e a amizade entre o professor e a criança com surdez são componentes essenciais e fundamentais nas atividades de conversação e diálogo, isto é, na interação.
A comunicação visual é essencial, tanto para o aprendizado da língua portuguesa oral quanto para a aquisição da linguagem de sinais.
 Para o desenvolvimento da comunicação visual ou auditiva da criança, é necessário que o professor desenvolva:
  • O uso do olhar para a pessoa que está falando;
  • O uso do apontar para o objeto somente depois de ter falado, ou seja, a criança olha primeiro para quem lhe fala e em seguida para o objeto;
  • O uso dos turnos da conversação, ou seja, esperar a própria vez de interagir, proporcionando um bom entendimento do que lhe é passado.
Para que haja uma boa comunicação visual na relação professor/aluno é necessário que:
  • O rosto do professor fique iluminado pela luz (isso não acontece, por exemplo, se ele se encontrar entre a janela e a criança);
  • O rosto da criança deve estar na mesma altura do rosto do professor (uma posição completamente errada seria o professor de pé e a criança com surdez sentada aos seus pés);
  • A posição ideal do rosto deve ser aquela semelhante a do locutor dos noticiários televisivos.
A deficiência auditiva é, portanto, um assunto sério e de interesse de toda a sociedade, seja em ambiente escolar ou não. As pessoas com deficiência auditiva têm o direito e devem ser inseridas normalmente na sociedade.

Clínica Psicopedagógica IntegrarparaMudar: PROJETO: FIGURAS CORES E FORMAS

Clínica Psicopedagógica IntegrarparaMudar: PROJETO: FIGURAS CORES E FORMAS: OBJETIVOS: Desenvolver no aluno: * O raciocínio lógico; * Identificar cores e formas; * Nomear cores e formas; * Ampliar vocabulário; ...

sábado, 12 de abril de 2014

Hellen Keller I ...

A vida é um eterno aprender.: Sou especial, porque sou dIfErEntE. Você não é? ...: Sou especial, porque sou dIfErEntE. Você não é? Natália Muniz: HELLEN KELLER 1 (Desenho Animado) Surda...

Hellen Keller II ...

A vida é um eterno aprender.: Sou especial, porque sou dIfErEntE. Você não é? ...: Sou especial, porque sou dIfErEntE. Você não é? Natália Muniz: Hellen Keller II (Desenho Animado) (su...

Hellen Keller 3...

A vida é um eterno aprender.: Sou especial, porque sou dIfErEntE. Você não é? ...: Sou especial, porque sou dIfErEntE. Você não é? Natália Muniz: Hellen Keller III (Desenho Animado) (s...

SURDOCEGUEIRA

Comunicando-se com um Surdocego.
      
QUEM É O SURDOCEGO?

São várias as definições que tentam esclarecer a surdocegueira e definir o surdocego, de forma que, possamos conhecê-lo melhor para poder planejar o atendimento, elaborar os programas educacionais e também dar maior apoio às famílias.
Uma das definições mais antigas diz: ”Surdo-cegas são crianças que tem dificuldades auditivas e visuais, cuja combinação resulta em problemas tão severos na comunicação e outros problemas dedesenvolvimento e educação, que elas não podem ser integradas em programas educacionais especiais para deficientes auditivos ou deficientes visuais” (Lieke de Leuw, 1997).
Atualmente temos uma postura diferente, nos preocupamos em descobrir quais as possibilidades que a criança apresenta e suas necessidades em vez de destacar suas dificuldades. Assim temos descoberto muitos recursos para atendê-las.
Também existem outros recursos para reconhecer um surdocego e outras informações sobre o seu desenvolvimento. Temos informações de que crianças surdo-cegas brasileiras desenvolveram condições de serem educadas com os surdos, comunicando-se em LIBRAS e usando o Braile para o reconhecimento da leitura e escrita. Mas para que isso aconteça é necessário que a intervenção seja precoce.
O portador de surdocegueira não pode ser assemelhado nem a um surdo nem a um cego, pois constitui um caso bastante particular.

Classificação de acordo com a intensidade das perdas:
·                     Existência de um resíduo auditivo e de um resíduo visual;
·                     Surdez total e resíduo visual;
·                     Resíduo auditivo e cegueira total;
·                     Surdez e cegueira totais.
Tipos:
      Cegueira congênita e surdez adquirida;
      Cegueira e surdez adquiridas;
      Surdez congênita e surdez adquirida;
      Baixa visão com surdez congênita ou adquirida; e
      Cegueira e surdez congênitas.
Quais são as principais causas da surdocegueira?
O grupo mais numeroso de surdocegos é compostas por pessoas com 65 anos ou ainda mais idosas, que adquiriram a deficiência sensorial tardiamente. As causas da surdocegueira podem ser acidentes graves; a condição genética da síndrome de Usher (as manifestações clínicas desta síndrome incluem a surdez, que se manifesta logo no início da vida e a perda visual que ocorre, geralmente, mais tarde) e surdocegueira congênita resultante de doenças como a rubéola ou de nascimentos prematuros.
Alguns problemas e doenças podem causar deficiência múltipla, como:
ü  Icterícia: é comum em recém-nascidos. Refere-se à cor amarelada da pele e do branco dos olhos que são causados pelo excesso de bilirrubina no sangue. A bilirrubina é um pigmento normal, amarelo, gerado pelo metabolismo das células vermelhas do sangue. A criança fica ictérica quando a formação de bilirrubina é maior do que a capacidade do seu fígado de metaboliza-la. O acúmulo desse pigmento acima de certos níveis é extremamente tóxico para o sistema nervoso, podendo causar lesões graves e irreversíveis.
ü  Prematuridade: a prematuridade ainda é frequente em nosso meio; existem casos de prematuridade extrema que podem causar sequelas como: atraso motor, retinopatia e deficiência auditiva. Mas é importante ressaltar que nem todos os prematuros irão apresentar sequelas intelectuais ou motoras.
ü  Sífilis congênita: o contaminador é a mãe. O contágio ocorre por via placentária, exclusivamente após o quarto mês. Em caso de infecção maciça, o feto morrerá após o quinto mês. Sobrevivendo, o feto poderá adquirir lesões que se manifestam após o nascimento ou muitos anos mais tarde, como deficiência intelectual, surdez, defeitos dentários e outras consequências de lesões degenerativas do sistema nervoso central.
ü  Meningite: é uma inflamação das membranas que recobrem e protegem o sistema nervoso central: as meninges. A meningite pode ser de origem viral, adquirida depois de alguma gripe ou outra doença causada por vírus, ou de origem bacteriana. A pessoa com meningite apresenta alguns sintomas: febre, rigidez da nuca, dor de cabeça e vômitos. Saber se a meningite foi causada por vírus ou bactéria é importante porque a gravidade da doença e o tratamento diferem. A meningite viral é geralmente menos grave e cura-se sem tratamento específico, enquanto a meningite bacteriana pode ser muito séria e resultar em danos ao cérebro, perda de audição ou dificuldade de aprendizado.
ü  Síndrome de West: é um tipo raro de epilepsia. As convulsões afetam geralmente crianças menores de 1 ano. Os espasmos são diferentes para cada criança. Podem ser tão leves no inicio que nem são notados. No inicio, a criança pode apresentar um ou dois espasmos por vez, mas, no decorrer de um período de dias ou semanas, evoluem para dúzias de espasmos que ocorrem em intervalos de poucos segundos. Podem aparecer em diferentes circunstâncias, por exemplo: em crianças com enfermidades estruturais do cérebro (fenilcetonúria, esclerose tuberosa, entre outras) ou em crianças com lesões cerebrais não progressivas (sequelas de infecções pré-natais, anóxia pré ou perinatal, meningites, entre outras).
ü  Anóxia: é definida como ausência de oxigenação das células cerebrais. Cada indivíduo apresenta um quadro específico, podendo perder o movimento muscular, a visão, a audição, ter dificuldade para falar e, mais raramente, ter comprometimento mental. Dependerá de quais células forem afetadas.
ü  Fator RH Negativo: apresenta-se devido à incompatibilidade de RH; se um pouco de sangue fetal entrar em contato com a corrente sanguínea da mãe, o corpo produzirá anticorpos. Esses anticorpos podem voltar para a placenta e danificar o desenvolvimento dos glóbulos vermelhos do bebê, causando uma anemia no feto que pode ser de muito suave a muito grave. É bem mais comum na segunda gestação e nas subsequentes. As consequências são sérias lesões neurológicas.
ü  Glaucoma: é uma alteração em que a pressão do líquido que preenche o globo ocular está anormalmente aumentada. Esse acúmulo se produz pelo aumento da formação do líquido ou pela obstrução do conduto pelo qual normalmente esse líquido sai do olho. O glaucoma ocasiona lesão no olho; se não for tratado e se o processo não for controlado, podem levar à cegueira. As pessoas que tem maior risco de sofrer de glaucoma são as diabéticas e as com familiares que têm glaucoma.
ü  Síndrome de Usher: de origem genética, tem graus variáveis, associando a surdez, presente já no nascimento, com a perda de visão, que se inicia na infância ou na adolescência. A cegueira parcial ou total é causada pela retinose pigmentar. A doença afeta, primeiro, a visão noturna e, depois, a periférica, das laterais, preservando por mais um tempo a central. Também há sensibilidade a excesso de luz.
Existem quatro tipos:
ü  Tipo I: provoca deficiência auditiva profunda de nascimento e retinose pigmentar, cegueira noturna com perda de equilíbrio;
ü  Tipo II: provoca deficiência auditiva leve à moderada, não progressiva, com retinose pigmentar no inicio da puberdade; cegueira noturna com perda de equilíbrio, na maioria dos casos, na fase adulta.
ü  Tipo III: provoca deficiência auditiva congênita progressiva, com retinose pigmentar e cegueira noturna na infância com perda de equilíbrio;
ü  Tipo IV: é um tipo mais raro, afeta apenas 10% da população com a síndrome.
v  Toxoplasmose: é uma doença infecciosa causada por um protozoário chamado Toxoplasma Gondii, que pode ser encontrado em fezes de gatos e em outros animais contaminados. Ter a doença durante a gestação significa risco elevado de comprometimento fetal. Pode ocorrer aborto, crescimento intrauterino abaixo do normal, morte fetal, prematuridade, microftalmia (olhos pequenos), microcefalia (crânio pequeno), hidrocefalia, deficiência intelectual, lesões de pele e calcificações do cérebro.
v  Consanguinidade: significa o grau de parentesco entre indivíduos de ascendência comum. Podem ocorrer diversas sequelas, entre elas: síndromes degenerativas, deficiência intelectual, deficiência física, deficiência auditiva e deficiência visual.

Classificação de acordo com a época de aquisição:

Surdocego pré-linguístico: classifica-se como aquele que apresenta a surdocegueira congênita (no período gestacional), após o nascimento, mas antes da aquisição da linguagem ou surdez antes da aquisição da linguagem e posterior cegueira.

Surdocego pós-linguístico: classifica-se assim, aquele que adquiriu surdocegueira após a aquisição da linguagem ou cegos com posterior surdez.

Como comunicar-se com um surdocego?
Os surdocegos possuem diversas formas para se comunicar com as outras pessoas. A LIBRAS, Língua Brasileira de Sinais, desenvolvida para a educação dos portadores de deficiência auditiva, pode ser adaptada aos surdocegos utilizando-se o tato. Colocando a mão sobre a boca e o pescoço de um intérprete, o portador de surdocegueira pode sentir a vibração de sua voz e entender o que está sendo dito, esse método de comunicação é chamado de tadoma. Também é possível para o surdocego escrever na mão de seu intérprete utilizando um alfabeto manual ou redigir suas mensagens em sistema Braille (língua formada de pontos em relevo criada para a comunicação das pessoas cegas). Existe ainda o alfabeto moon, que substitui as letras por desenhos em relevo e o sistema pictográfico, que usa símbolos e figuras para designar os objetos e ações.

Alfabeto manual - Consiste em fazer, com a mão, um sistema de signos sobre a palma do interlocutor. São variados os códigos adotados nesse procedimento; a forma mais usual é aquela onde cada letra é representada pelas diferentes posições dos dedos e da mão.


Língua de Sinais - Consiste em uma forma de comunicação construída no espaço através de configurações das mãos em movimentos diferentes e pontos de contato no corpo.
                                                                              
Tadoma - Método de linguagem receptiva onde a pessoa surda-cega, através do tato, decodifica a fala do seu interlocutor. Consiste em colocar a mão no rosto do locutor de tal forma que o polegar toque, suavemente, seu lábio inferior e os outros dedos pressionem, levemente, as cordas vocais. Este procedimento possibilita a interpretação da emissão dos sons através do movimento dos lábios e da vibração das cordas vocais.
                                                                                       
                                                        



Sistema Braille - Sistema de escrita e leitura tátil criado por Louis Braille, em 1824. Ainda aluno da "Instituition des Jeunes Aveugles", em Paris, o jovem cego Louis inspirado na "grafia sonora", idealizada pelo Capitão de Artilharia Carlos Barbier de la Serre, inventou o Sistema, ainda hoje utilizado, com pequenas modificações, em todo o mundo. Consiste no arranjo de seis pontos em relevo, dispostos em duas colunas de três pontos. As diferentes posições desses seis pontos permitem a representação de todas as letras do alfabeto, dos sinais de pontuação, dos símbolos da matemática, da música e outros.



Como Ajudar um Surdocego.
1.  Ao aproximar-se de um surdo-cego, deixe que ele perceba sua presença com um simples toque.
2.  Qualquer que seja o meio de comunicação adotado faça-o gentilmente.
3.  Combine com ele um sinal para que ele o identifique.
4.  Aprenda e use qualquer que seja o método de comunicação que ele saiba. Se houver um método, conheça-o, mesmo que elementar.
5.  Se houver um método mais adequado que lhe possa ser útil, ajude-o a aprender.
6.  Tenha a certeza de que ele o percebe, e que você também o está percebendo.
7.  Encoraje-o a usar a fala se conseguir, mesmo que ele saiba apenas algumas palavras, para os que têm resíduos auditivos.
8.  Se houver outras pessoas presentes, avise-o quando for apropriado para ele falar.
9.  Avise-o sempre do que o rodeia.
10.  Informe-o sempre de quando você vai sair, mesmo que seja por um curto espaço de tempo. Assegure-se que fica confortável e em segurança. Se não estiver, vai precisar de algo para se apoiar durante a sua ausência. Coloque a mão dele no que servirá de apoio. Nunca o deixe sozinho num ambiente que não lhe seja familiar.
11.  Mantenha-se próximo dele para que ele se perceba sua presença.
12.  Ao andar deixe-o apoiar-se no seu braço, nunca o empurre à sua frente.
13.  Utilize sinais simples para avisá-lo da presença de escadas, uma porta ou um carro.
14.  Um surdo-cego que esteja se apoiando no seu braço, perceberá de qualquer mudança do seu andar.
15.  Seja cordial, exerça sua consideração e senso comum.
16.  Escreva na palma da mão do surdo-cego.
a.   Qualquer pessoa que saiba escrever letras maiúsculas pode fazê-lo na mão do indivíduo surdo-cego, além de traços, setas, números, para indicar a direção, e do número de pancadas na mão, que podem indicar quantidades.
b.   Escreva só na área da palma da mão e não tente juntar as letras. Quando quiser passar a escrever números, faça um ponto, com o indicador, na base da palma de sua mão, isso lhe indicará que dali em diante virá um número.

Algumas características dos alunos surdocegos.
·         Podem apresentar movimentos estereotipados;
·         Não demonstram saber as funções dos objetos ou brinquedos;
·         Podem rir e chorar sem causa aparente;
·         Podem apresentar resistência ao contato físico;
·         Movimentam os dedos e as mãos em frente aos olhos;
·         Não se comunicam de maneira convencional;
·         Tropeçam muito e batem nos móveis, objetos, etc;
·         Gostam de ficar em locais com luminosidade;
·         Podem não reagir aos sons.

Algumas orientações para professores:
ü  Evite o toque de muitas mãos;
ü  Planeje atividades funcionais para o aluno;
ü  Não infantilize, considere sua idade cronológica;
ü  Criar uma rotina previsível, com uma possível comunicação;
ü  Estabelecer uma relação de confiança;
ü  Respeitar o tempo de aceitação;
ü  Desenvolver um diálogo não verbal, utilizando os movimentos da criança;
ü  Utilizar as habilidades que o aluno apresentar;
ü  Enfocar o processo de aprendizagem e não resultados;
ü  Perceber suas intenções comunicativas;
ü  Dar novo significado a objetos e pessoas.
ü  Respeitar o tempo do aluno e não se